O prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Pivetta, negou, há pouco, em entrevista coletiva, que tenha pedido 5 lotes para liberar obras de um loteamento que está sendo aberto. Ele acusou o empresário e ex-vereador Elder Biazus de ter ido a prefeitura pressionar para o município bancar os custos da obra e gravou uma conversa que teve com Pivetta. O prefeito diz que uma emissora de TV, que exibiu a gravação, fez "montagem" para tentar iludir a população e prejudicá-lo. Ele classificou de "jogo baixo e ilegalidade que, em breve, a justiça vai esclarecer. São únicos caminhos que tenho para rever prejuízos moral que tive".
Na gravação veiculada, conforme Só Notícias já informou, Pivetta aparece falando: "só vamos acertar com alguém que vá fazer esta obra". Na sequência, fala "é cinco lotes que vai dar".
Otaviano disse que a conversa com Biazus ocorreu no dia 10 de julho. "Neste dia, eu estava cansado deste sujeito vir aqui tentando obter vantagens. E coloquei em ação o agente político que tem dentro de mim. Expliquei que não iríamos fazer obra da avenida, que iríamos investir em outras áreas no município", e que o asfaltamento neste local "não é de interesse social, mas dos investidores do loteamento que vão obter lucros com o negócio que tem".
"Mas entendi que precisava ajudar, como prefeito, para acabar a pendenga entre eles, que são sócios. Sugeri que vendessem lotes necessários para fazer investimentos (abertura e asfaltamento da avenida dentro do loteamento). Sugeri que o sócio, dono da Eterra, Ilvo Daga, entrasse com metade do investimento para refrescar o bolso do senhor Biazus, que não queria gastar e queria que o município gastasse. Expus que eles tinham quase 300 lotes. Vocês precisam de 4 ou 5 lotes para bancar investimentos na infraestrutura. Ele (Biazus) me pediu. "É para prefeitura"?. Eu disse que não é para prefeitura. Faça direto com o loteador. Se você não tem capacidade eu posso te ajudar", rebate Pivetta.
O prefeito disse ainda que tentou "convencer o Daga, que é testemunha, e ele ficou firme dizendo que o compromisso era do Biazus. Disse: vocês acabam com esta pendenga e param de encher o saco. Tentei sensibilizá-los", expôs Pivetta. O gestor disse ainda que Biazus não estaria cumprindo sua parte no negócio e o outro sócio pressionava ele.
O prefeito acrescentou que, durante a conversa com Biazus na prefeitura, "não estava sozinho, o Girotto (ex-secretário de Gestão) estava na sala. Minha conversa foi para entregar e ou 5 lotes para o construtor que está fazendo o loteamento deles fazer as obras", afirmou. "Eles fizeram gravação e fizeram montagem para tentar iludir a sociedade que o Otaviano tivesse pedido 4 ou 5 lotes para assinar o alvará e liberar o loteamento. Ele classificou a denúncia feita na TV de "perversão e desonestidade que este jornalista cometeu contra mim". Ele também acusa a emissora de exigir dinheiro para não veicular a gravação e que registrou o caso na delegacia.
Otaviano Pivetta também afirmou, durante a entrevista, que recentemente doou parte de uma área particular, "40 mil metros quadrados, para construir escola técnica, próximo ao loteamento. "Isto representa 90 lotes e me acusam de pedir 1,2 mil metros. Não tem sentido !", rebateu. "E agora vem este senhor desqualificado (apresentador de tv) me acusa com montagem criminosa e este empresário de meia tigela de pedir vantagem", desabafou.
Outro lado
Procurado por Só Notícias, o empresário Elder Biazus disse, que "em nenhum momento", Pivetta pediu os terrenos em benefício próprio. "Ele iria arrumar alguém para fazer (obra), não sei quem, e receber terrenos como pagamento. Não estou incriminando o prefeito e tenho admiração pelo trabalho político que ele faz", declarou.
Biazus confirmou que foi a prefeitura e falou com o prefeito. "Gravei a conversa porque ele havia dito, em outra ocasião, que não iria fazer a obra porque eu não tinha ajudado ele na eleição. Expus a ele (Pivetta), com base de lei em 2009, que estava previsto o poder público fazer obras de eixos estruturantes (asfaltamento de vias) e que constam no Plano Plurianual (PPA). Então, fui solicitar que eles fizessem a obra. Ele disse que não iria fazer porque não havia lei. Então, pediu 4 a 5 terrenos para que fossem feitas as obras, para alguém que iria fazer as obras. Na minha concepção, os terrenos não ficariam para a prefeitura, seriam para quem fizesse. Eu acredito que ele (Pivetta) não iria ficar com os terrenos", emendou. "Não sou responsável por outros que interpretaram de forma contrária o conteúdo da gravação", afirmou.
"O que quero é que a prefeitura faça a obra porque existe previsão em lei ou que me autorize para fazê-la para, posteriormente, serem liberados alvarás para construção de residências". Biazus acusa a prefeitura de já ter feito eixos estruturantes em loteamentos "beneficiando ex-secretários. Eles fizeram uma lei só para eles ?", questiona.
Um diretor da emissora de TV acusada de montagens disse, ao Só Notícias, que não houve distorção do conteúdo gravado.