No próximo 18 de agosto o Brasil comemora o Dia Nacional do Campo Limpo, quando as comunidades do entorno das Unidades de Recebimento de Embalagens Vazias de Defensivos Agrícolas são levadas a refletirem sobre a preservação do meio ambiente.
Essa iniciativa integra escolas, agricultores, distribuidores de produtos agrícolas, indústrias, autoridades e comunidades, com a realização de atividades socioeducativas, concurso de desenho e redação, peças teatrais, palestras, plantio de árvores e distribuição de materiais educativos. Além disso, as centrais de recebimento de embalagens ficam abertas à visitação pública.
Essas ações tem foco na preservação ambiental no campo e nos bons resultados do programa de destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas, onde o Brasil promove a reciclagem de 85% das embalagens plásticas consumidas e o Mato Grosso, campeão no ranking brasileiro de processamento de embalagens vazias de defensivos agrícolas há cinco anos, realiza o recebimento de 94% das embalagens, equivalente a 10 mil toneladas somente em 2013.
Para que as embalagens possam ser encaminhadas para reciclagem, a legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas, como as plásticas, metálicas e as de vidro, devam ser submetidas a um processo de lavagem, com o fim de impedir que os resíduos sequem e contaminem a própria embalagem. Além disso, esse procedimento de lavagem, quando realizada durante a preparação da calda, garante a utilização de todo o produto, evitando tanto o desperdício como a contaminação do meio ambiente.
A lavagem é indispensável para a segurança do processo de destinação final das embalagens de defensivos agrícolas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe, inclusive, de uma norma específica (NBR 13968) que estabelece os procedimentos adequados para sua lavagem: a chamada tríplice lavagem e a lavagem sob pressão.
Outro fator fundamental neste processo é que a recomendação e o manuseio dos defensivos agrícolas sejam realizados por profissional devidamente habilitado, seja ele engenheiro agrônomo ou técnico agrícola.
Após o processo de lavagem, o agricultor deve armazenar as embalagens vazias com suas respectivas tampas, rótulos e caixas em um lugar adequado, separadas por tipo, para serem devolvidas na unidade de recebimento indicada pelo revendedor no corpo da Nota Fiscal até o prazo de um ano após a compra. Em Mato Grosso são 33 unidades de recebimento.
Essas embalagens devidamente descontaminadas, conforme os padrões preestabelecidos de segurança, qualidade e rastreabilidade são entregues às empresas recicladoras que produzem até 17 diferentes artefatos de uso industrial:
1. Recipallet;
2. Suporte para sinalização rodoviária;
3. Cruzeta de poste;
4. Caixa para descarga;
5. Caçamba plástica para carriola;
6. Caixa para massa de cimento;
7. Caixa de bateria automotiva;
8. Roda plástica para carriola;
9. Embalagem para óleo lubrificante;
10. Ecoplástica Triex;
11. Barrica plástica para incineração;
12. Conduite corrugado;
13. Duto corrugado;
14. Caixa de passagem para fios e cabos elétricos;
15. Tubo para esgoto;
16. Tampa agro Recicap;
17. Barrica de papelão.
São nove as empresas recicladoras, estrategicamente localizadas em cinco Estados brasileiros: Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.
A responsabilidade compartilhada entre a indústria, os canais de distribuição, os agricultores e os poderes públicos é considerada o principal fator de sucesso do Sistema Campo Limpo, que faz do Brasil referência em todo o mundo há mais de 10 anos.