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Atualizado em 19/02/2011 ás 18:02h

Obras da Copa em Cuiabá têm baixa qualidade de acabamento, diz Crea

Vistoria do Conselho avaliou 13 construções da Copa em Cuiabá.

G1MT

Relatório de inspeção técnica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) apresentado nesta terça-feira (18) aponta que as obras da Copa em Cuiabá apresentam "baixo padrão de acabamento" ou foram executadas com problemas de concepção e "anomalias estruturais", de drenagem, sinalização e acessibilidade. Ao todo, 13 obras foram vistoriadas e apresentaram problemas de maior ou menor gravidade do ponto de vista dos engenheiros.

O relatório técnico foi entregue a uma comissão de deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) responsável por acompanhar os preparativos para a Copa em Cuiabá. Com base no “diagnóstico” do Crea, eles devem exigir da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) – órgão estadual responsável por coordenar as obras – a realização dos reparos necessários.

A equipe técnica do Crea percorreu durante um dia obras de trincheiras, viadutos, centros oficiais de treinamento e até a implantação do metrô de superfície Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Em suas considerações finais, o relatório entregue aos parlamentares critica o baixo padrão de acabamento das obras e o planejamento falho da execução, que acabou dificultando o dia-a-dia da população – sobretudo no trânsito.

Ainda em construção, trincheira do Santa Rosa, em Cuiabá, já apresenta rachaduras. Problema também foi criticado em relatório do Crea.
Viaduto da UFMT

As críticas mais veementes, no entanto, foram reservadas ao viaduto da UFMT. Não é a primeira vez que o Crea critica a execução deste projeto.

Na obra - parte integrante do projeto de implantação do VLT na Avenida Fernando Corrêa – os técnicos do Crea notaram ausência de estrutura adequada para acessibilidade e circulação de pedestres, pois não há sinalização tátil-visual e sonora, rampas adequadas ou passagens. Até mesmo a largura da calçada está em desconformidade ao trânsito de pessoas. “A priorização de carros cria riscos maximizados pelo abandono do pedestre à própria sorte”, destaca o texto, que também aponta ausência de vias para ciclistas.

O Crea também aponta como “erro crasso de grande impacto” a ausência de drenagem na obra do viaduto, localizado próximo ao córrego do Barbado. “Em períodos chuvosos, todos os anos, os transeuntes terão que enfrentar alagamento, que, por ser histórico no local, deveria ter uma solução contemplada”, prevê o relatório. A falta de planejamento é outra crítica ao viaduto. Segundo o Crea, não existe ainda um projeto viário claro apontando área suficiente sob o elevado para escoamento dos veículos advindos da Avenida Brasil. Além disso, a estrutura já apresenta fissuras na laje de pedestres, diz o Crea.

Diagnóstico

O parecer sobre as demais obras vistoriadas guarda mais críticas, como uma referente à trincheira Ciríaco Cândia. “A negligência verificada na ausência da drenagem compromete a durabilidade do concreto armado”, aponta o texto. Já na trincheira de acesso ao bairro Santa Rosa, os engenheiros identificaram uma fissura no concreto que tem variado ao longo do tempo.

O relatório também ataca as estruturas de concreto usadas nas trincheiras, cujas linhas irregulares podem ser verificadas a olho nu. Em parte delas, têm sido utilizadas formas de madeira para a aplicação do concreto, produzindo “superfícies irregulares com saliências e protuberâncias” e “acabamento com aspecto visual ruim”.

Criticados em seu aspecto visual também estão os trabalhos de recuperação dos córregos, devido à falta de uniformidade na substituição das placas de concreto. Comentário similar é feito sobre o acabamento do guarda-corpo de concreto do viaduto da UFMT, que apresenta “imperfeições lineares significativas”.

O Crea esclareceu que a vistoria nas obras teve de se limitar ao caráter “visual”. Isso porque a Secopa, segundo o Crea, tem ignorado as solicitações - via ofício - de envio dos projetos executivos em andamento, o que prejudicou uma análise do aspecto estrutural dos empreendimentos. Esta situação foi reportada aos deputados da ALMT. Já a assessoria de imprensa da Secopa informou que o órgão só deve se pronunciar a respeito do trabalho do Crea após ter acesso oficial ao relatório.



G1MT

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